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  • Segunda-feira, 27 de junho de 2005


    Geopolítica


    Enquanto o urso e a águia ensaiavam
    A batalha
    Do lado de lá da muralha
    De pauzinho
    Pelas beiradas
    Armou-se
    O formigueiro.

    Há de mandar em você e mim
    O mandarim.



    Weider Weise


    ******

    Um poema sobre a dinâmica imperialista do mundo.

    Mostra o espanto de perceber que após anos de guerra fria (EUA a grande águia, versos a Ex-URSS, o grande urso) o conflito findou com um anticlimax, tanta expectativa frustrada (ainda bem) no desmantelamento do império Russo.

    E enquanto éramos bombardeados pelo medo capitalista ianque dos monstros de vermelho, do lado de lá da muralha, a China, como quem não quer nada, comendo pelas beiradas, de pauzinho, armou-se militarmente e intelectualmente. Hoje é uma potência militar e principalmente econômica, sendo um dos maiores mercados importadores e principalmente exportadora, dado ao envilecimento da mão de obra (quase escrava, quase formigas humanas).

    A graça com que o eu-lírico aborda assunto tão importante e denso, mostrando a falta de visão real dos ianques, usando símbolos de animais para mostrar que no fundo, pessoas que guerreiam não passam de animais quase irracionais e a loucura da velocidade da globalização nos pegando de surpresa e sua importância. Mostra também a força da resistência escondida e da surpresa do surgimento de um novo elemento, tal qual nos surpreendemos quando surge no jardim, do nada, em dias, um formigueiro. Quando percebemos, já está lá.

    Poetas, políticos, pensadores, empresários: Aprendam o Mandarim.

    Considero este um dos melhores poemas do livro MADRIGAIS.