COLUNAS:


por Weider Weise



por Thiago Andrada



por Andréa Martins



por Wilton Carvalho



por Rodrigo Leme




ARQUIVOS:

  • novembro 2004
  • dezembro 2004
  • janeiro 2005
  • fevereiro 2005
  • março 2005
  • maio 2005
  • junho 2005
  • julho 2005
  • agosto 2005
  • fevereiro 2006







  • Segunda-feira, 11 de julho de 2005


    Ali


    Ali, logo ali
    Desmoronaram

    Poderia ser aqui

    Mas foi ali, por Alá
    Ó lá o que sobrou
    Alicerces cedidos
    devolvidos ao chão
    Ali, logo ali

    As duas torres
    Torradas ao pó
    E as pessoas
    Do pó ao pó
    Perdidas
    Aterradas em terror



    Trilhos estraçalhados
    em Londres e Madri
    Ciscos que ficaram
    nos que ficaram
    nos filhos
    nos cílios que fecharam

    Em nome do sublime
    que não sabe sublimar

    Ali, logo ali
    A intolerência

    Tão perto daqui


    ***


    Este poema foi escrito em 11 de setembro de 2002, muito compassionado ao medo que demonstravam alguns chegados amigos que mora(va)m em Nova Iorque.

    Esqueci-o por um pouco e quando houve o atentado em Madri, não pude deixar de incluir algum verso. O mesmo ocorre agora. Londres. Meu irmão Willer está morando em Londres há quase dois anos, para estudos, e desde que partiu lhe tenho dito que me estranhou o fato do alvo ter sido Madri e não Londres, uma vez que Blair (zombado como o cachorrinho de Bush em canção e clipe de George Michael - Shoot the Dog) é o cachorrinho de Bush. Meus terrores se concretizam.

    O que mais me encanta no ser humano é a sua limitação. É possuir o ódio, o terror, a vergonha, o medo, ímpetos de posse, poder, o desejo, etc. Mas o que nos faz HUMANOS é a capacidade de sublimar isso em arte, expressão verbal, jogos, etc. Quando a pessoa não consegue sublimar isso, ela explode em VIOLENCIA.

    XIITAS: Arranquem a burca da mulherada e GOZEM A VIDA !!! Vamos sublimar essa frustração. VIOLÊNCIA é a forma mais animalesca de ser ouvido.

    O poema usa o som de Ali (nome que lembra árabe) com Alá (Deus em árabe). É um poema contra a iminência do perigo em que (con)vivemos.

    Estamos vendo ser escrita, em tinta cada vez mais indelével, um novo nível de ignorância. A intolerância religiosa e política - um mal estar sintomática do sistema de proteção humano - falha grave - pensando darwinisticamente, quando as regras que deveriam garantir a persistência da vida - estão - pasmem - motivando a morte - o que teme a mãe natureza com essa guerra anunciada? não há vagas suficientes no mundo então devemos nos matar para que a vida persista? não passa de um inverno na evolução humana para que mantenhamos o equilíbrio da vida do mundo?

    Sem falar na cara de pau dos americanos (e companhia) que declaram uma guerra alegando ser reação de defesa, quando se percebe claramente ser uma guerra para gerar divisas (militares e monetárias). Quem ele pensam que estão enganando?

    E o como a coisa anda, já já aparece por aqui os Homem-Bombas.